Anísio Teixeira (1900-1971)

Anísio Spínola Teixeira, nasceu em 12 de julho de 1900 no município de Caetité, no estado da Bahia. Filho de fazendeiros, teve seus primeiros ensinos realizados em casa, e só no ano de 1911 ingressou no colégio jesuíta de São Luís Gonzaga, localizado na sua cidade natal, onde permaneceu apenas durante 3 anos, até ser transferido para o Colégio Antônio Vieira, em Salvador. Nesse colégio Teixeira começou a admirar ainda mais a Companhia de Jesus, então começou cada vez a adentrar no catolicismo, pensando até mesmo em ingressar como sacerdote.

Anísio formou-se como advogado contra a sua vontade, por imposição de seus pais que o enxergavam como magistrado nato, futuro patriarca da família. Sendo assim, para afastá-lo da possibilidade de fazer votos religiosos, seu pai o mandou para o Rio de Janeiro com o objetivo de realizar estudos jurídicos, após a conclusão dos estudos, Teixeira viajou para a Europa em busca de decidir entre seguir ou não uma carreira religiosa.

Após voltar de sua viagem, tornou-se diretor-geral de instrução do governo da Bahia e promoveu a reforma do ensino no estado. Nesse mesmo tempo ele realizou duas viagens aos Estados Unidos, na sua primeira ida ao país conheceu e se interessou com os pensamentos do filósofo John Dewey, quando retornou ao Brasil, Anísio escreveu a seu pai sobre como se interessava e tinha gosto nos assuntos educacionais. Logo ele decidiu que iria retornar uma segunda vez para estudar na Universidade de Columbia, onde decidiu que Dewey seria sua inspiração como um guia teórico para operar em uma política focada na educação.

De volta ao Brasil, na década de 1930, começou a trabalhar no recém-criado Ministério da Educação e Saúde, nessa mesma época o debate sobre a universalização da escola pública, laica, gratuita e obrigatória, estava em grande visibilidade e com isso Anísio Teixeira destacou-se como um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, pois o mesmo além de defender a universalização, defendia uma educação construtiva, onde os alunos deveriam ser vistos como agentes transformadores da sociedade. Preocupava-se com uma educação livre de privilégios, sendo contra a formação exclusiva da elite, pois assim, deixava a maioria da população analfabeta e ignorante.

No ano de 1935, Anísio criou a Universidade do Distrito Federal (UDF), sendo nessa mesma época ele começou a disparar críticas às organizações políticas liberais, que tinham atitudes contrárias à formação de uma mente aberta. Tempos depois, Teixeira foi acusado de envolvimento comunista, sendo afastado da política, apesar de tudo não deixou de defender seus ideais educacionais. Nessa mesma época ele publicou o livro “Educação para a democracia”.

Em meados da década de 1940, Anísio Teixeira era reconhecido pela Unesco, que o convidava a entrar na entidade como conselheiro do Ensino Superior. Já no ano de 1950, enquanto estava na Secretária de Educação da Bahia, fundou a Escola Parque (Centro Educacional Carneiro Ribeiro) em alguns bairros de Salvador, essa instituição é considerada a pioneira no país ao abordar uma proposta revolucionária de educação, sendo voltada para as populações mais carentes, as crianças possuem uma educação integral, onde o ensino além de ter os conteúdos curriculares, também é abordado outras atividades como dança, teatro, música, esportes, além da preparação para a cidadania e o mundo do trabalho.

Nessa mesma época, Anísio foi secretário da Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC), mas deixou o cargo para dirigir o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Durante a sua posse, que foi a mais longa, durou cerca de 12 anos (1952 - 1964). O escritor sintetizou a ideia que guia até os dias de hoje o instituto: “fundar, em bases científicas, a reconstrução educacional do Brasil”.

Em 1963, tornou-se reitor da Universidade de Brasília (UnB), a qual foi um dos idealizadores do projeto de fundação da universidade. Porém no ano seguinte após o início do Regime Militar, saiu do cargo e se mudou para os Estado Unidos, onde lecionou nas universidades de Columbia e Califórnia, retornando para o Brasil no ano de 1966, e tornou-se consultor da Fundação Getúlio Vargas.

Anísio Spínola Teixeira faleceu em 1971, no Estado do Rio de Janeiro. E para homenagear o ex-diretor, devido a sua grande influência na educação e por ter dedicado à sua vida a isto, o Senado aprovou a inclusão do seu nome no Inep, sendo assim desde o início dos anos 90 passou a ser chamado de Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

Referências Bibliográficas

Saiba quem foi Anísio Teixeira e conheça seu legado. Ministério da Educação. Disponível em: < https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/institucional/saiba-quem-foi-anisio-teixeira >.

Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001. Disponível em: < https://docvirt.com/docreader.net/docmulti.aspx?bib=fgv_at >.

NUNES. Clarice. Anísio Teixeira. Editora Massangana, 2010.