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Darcy Ribeiro (1922-1997)

  • Foto do escritor: Time EducaTodos
    Time EducaTodos
  • 26 de abr. de 2021
  • 4 min de leitura

Darcy Ribeiro nasceu no dia 26 de outubro de 1922, em Montes Claros, em Minas Gerais. Era filho de Reginaldo Ribeiro dos Santos que trabalhava como farmacêutico, e de Josefina Augusta da Silveira que era professora. Por parte materna, a família de Darcy era originária de Mato Verde - MG. Do lado paterno, tratava-se de uma família política e industrial importante na época.

Após a morte do seu pai, foi viver com os avós maternos na companhia da sua mãe e do seu irmão Paulo Ribeiro, passando a ter uma vida muito simples pois não herdaram nada do pai e inclusive perderam a casa onde moravam. Nessa época, sua mãe, conhecida como Dona Fininha, passou a fazer biscoitos para vender e sustentar a família. Em Montes Claros fez os estudos fundamentais e secundário, no Grupo Escolar Gonçalves Chaves e no Ginásio Episcopal da cidade. Aos 12 anos, Darcy desperta seu lado intelectual após conhecer a biblioteca de seu tio Plínio Ribeiro, que era na época Deputado Federal.

Darcy Ribeiro iniciou sua carreira acadêmica em 1939, aos 17 anos, na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. Nesse período, inicia a militância pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), do qual se afastaria nos anos seguintes. No ano de 1942 ganha uma bolsa de estudo na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e segue para a capital paulista, abandonando o curso de medicina e forma-se quatro anos depois em Ciências Sociais, se especializando em antropologia.

Nesse contexto, o antropólogo ingressou em 1947 no Serviço de Proteção aos Índios (SPI), atual Fundação Nacional do Índio (Funai). Darcy Ribeiro realizou estudos etnológicos de campo, principalmente junto aos índios Kadiwéu do estado de Mato Grosso, Kaapor, da Amazônia, bem como diversos índios do alto Xingu, no Brasil Central, entre outros povos indígenas brasileiros. As anotações feitas durante o estudo resultaram no seu primeiro ensaio, publicado em 1948: “Sistema familial Kadiwéu”. No mesmo ano, casa-se com a antropóloga e etnóloga romena Berta Gleizer Ribeiro e separa-se em 1974. Anos depois assume a direção da Seção de Estudos do Serviço de Proteção aos Índios.

Além disso, o escritor e antropólogo ao lado dos irmãos Orlando e Cláudio Villas-Bôas, elabora o plano de criação do parque do Parque Indígena do Xingu, no Brasil Central, que viria a ser inaugurado pelo presidente Jânio Quadros. Em 1955 é convidado para ajudar na elaboração das diretrizes para o setor educacional do governo do presidente Juscelino Kubitschek e anos mais tarde foi nomeado diretor da Divisão de Estudos Sociais do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (1957-61) do Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Em 1958 Darcy empreende um programa de pesquisa sociológicas, antropológicas e educacionais destinada a estudar mais de dez comunidades brasileiras representativas da vida urbana e rural nas principais regiões do país. Um ano depois participa, com Anísio Teixeira, da campanha de difusão da escola pública frente ao Congresso Nacional, que elabora a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como ao lado de outros integrantes da sociedade brasileira é encarregado pelo governo Kubitschek de coordenar o planejamento da Universidade de Brasília (UnB) onde torna-se o primeiro reitor da universidade.

No governo João Goulart sua importância para educação foi ainda maior. Em 1962 deixou a UnB para assumir o Ministério da Educação e Cultura e assumiu a Casa Civil entre 18 de junho de 1963 e 31 de março de 1964. Com o Golpe Militar (31 de março de 1964) teve seus direitos cassados pelo Ato Institucional número 1 (AI-1) e exila-se no Uruguai. Darcy retorna ao Brasil em setembro de 1968, por ter sido anulado, pelo Supremo Tribunal Militar, o processo que lhe havia sido imposto. Entretanto, com o AI-5 do regime militar brasileiro, foi preso em 13 de dezembro de 1968 por infração à Lei de Segurança Nacional. Um ano depois é julgado e absolvido por unanimidade e nesse contexto é aconselhado a retirar-se novamente do país e em 1970 deixa novamente o Brasil, desta vez vai para o Chile a convite do então presidente do país, Salvador Allende, para assessorar o governo. Em 1974 é diagnosticado com câncer de pulmão e volta ao Brasil apenas para ser operado e anos mais tarde retorna definitivamente ao Brasil. Em 1980, já no Brasil, integrou a Comissão de Educadores convocada pela UNESCO, para definir as linhas de desenvolvimento para o futuro da educação no mundo, além disso ao lado de Leonel Brizola, fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT).

No ano de 1983 assumiu a Secretaria Extraordinária de Ciência e Cultura e foi chanceler da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Como secretário extraordinário de Ciência e Cultura: planejou e coordenou a construção do sambódromo, bem como organizou a construção da Biblioteca Pública Estadual do Rio de Janeiro. Anos mais tarde, Darcy Ribeiro, comanda o planejamento da reforma educacional do Rio de Janeiro e põe em funcionamento: a construção de mil unidades escolares de pequeno e médio porte e edifica 300 Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) para assegurar a educação, em horário integral, para cerca de 300 mil crianças.

Em 1987 o escritor, antropólogo, sociólogo e pensador da educação brasileira, retorna ao seu estado natal e assume o cargo de secretário de Estado da Secretaria de Desenvolvimento Social no Estado de Minas Gerais, com o objetivo de programar uma reforma educacional no estado. Três anos depois, Darcy é eleito senador pelo PDT do Rio de Janeiro, entretanto, decidiu voltar a trabalhar para o Rio de Janeiro e assumiu a Secretaria de Programas Especiais do Estado.

Como escritor, em 8 de outubro de 1992 foi reconhecido pela Academia Brasileira de Letras e ganhou uma cadeira na entidade, sucedendo a Deolindo Couto.

Falece, em 17 de fevereiro de 1997, na cidade de Brasília, vítima de um câncer generalizado.




Referências Bibliográficas


RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 3. ed. São Paulo: Global, 2015.


FRAZÃO, Dilva. Darcy Ribeiro. eBiografia. Disponível em: <https://www.ebiografia.com/darcy_ribeiro >.


MACHADO, Ricardo. A semente viva da utopia de Darcy Ribeiro. Instituto Humanitas Unisinos. Disponível em: < http://www.ihuonline.unisinos.br/artigo/6764-a-semente-viva-da-utopia-de-darcy-ribeiro >.


Darcy Ribeiro. Wikipedia. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Darcy_Ribeiro >.


Cronologia: Darcy Ribeiro. Jornal Folha de São Paulo. Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc180227.htm >.


Biografia: Darcy Ribeiro. Academia Brasileira de Letras. Disponível em: < https://www.academia.org.br/academicos/darcy-ribeiro/biografia >.


Darcy Ribeiro. Fundação Darcy Ribeiro. Disponível em: < https://www.fundar.org.br/darcy/darcy-ribeiro >.


Dossiê Pioneiros. Revista de Jornalismo Científico e Cultural da Universidade de Brasília. Disponível em: < http://www.revistadarcy.unb.br/edicao-n-23/dossie/61-pioneiros-dossie >.


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